Empresa é líder em soluções pneumáticas aqui
e no mundo.
Com um portfólio de 12 mil produtos e 700 mil combinações – entre materiais
eletropneumáticos, de vácuo, de instrumentação, de filtração e de controle
de temperatura de fluidos –, seria natural para a SMC, uma das maiores empresas do mundo nesse setor, que a
adoção do sistema lean na filial brasileira tivesse partido da matriz da companhia, no Japão.
Afinal, aquele país, como sabemos, é o berço do modelo Toyota, embrião do sistema lean. E
a SMC é uma empresa referência mundial na fabricação de equipamentos para
automação, presente, hoje, em mais de 80 países, com mais de 22 mil colaboradores.
No entanto, embora tenha origem japonesa, berço da gestão Toyota, a iniciativa recente de entrar numa
jornada lean partiu justamente das lideranças e dos colaboradores brasileiros dessa companhia que, no Brasil,
é líder do mercado e está centralizada numa planta em São Bernardo do Campo (SP), num
parque fabril de 67.000 metros quadrados.
Foi lá, há cerca de dois anos, mais precisamente em 2022, que a SMC Brasil iniciou uma jornada que vem
implementando de maneira sólida conceitos e práticas importantes da gestão lean pela
organização, gerando, cada vez mais, resultados consistentes e sustentáveis.
As palavras entusiasmadas de José Teixeira Brandão Neto, Diretor-Presidente da empresa, dão a
tônica dessa evolução. Segundo ele, o lean, em apenas dois anos, já gerou aumentos
expressivos em produção, produtividade, redução de custos, de prazos,
otimização de logística, além de flexibilidade, agilidade, entre diversos outros
resultados, gerando ganhos locais e internacionais, transformando mentalidades e comportamentos de líderes e
liderados.
"Toda essa otimização tem nos trazido enorme vantagem competitiva. Isso suporta nosso
crescimento no Brasil. E faz com que nossa unidade brasileira ocupe, cada vez mais e melhor, um
posicionamento estratégico importante na SMC mundial. Eu diria que o sistema lean foi muito
além do que a gente estava esperando em curto prazo", comemorou o diretor-presidente da
companhia (leia, ao final desse artigo, uma entrevista completa com o líder da SMC
Brasil).
Resultados sem contratações e sem mais equipamentos e tecnologias
Os números não o deixam mentir. Com apenas dois anos de jornada, os resultados desse movimento
já aparecem a olhos vistos nos quadros de gestão visual da empresa, principalmente em três
indicadores que são estrategicamente essenciais para a SMC Brasil: volume de produção,
produtividade e lead time.
Perspectiva do setor de produção da
SMC Brasil: com lean, empresa já obteve, em apenas dois anos, aumentos significativos de volume
produção e produtividade, além de diminuição de lead time, custos e estoques.
Só para se ter uma ideia, somente em 2022, ano em que começou a jornada lean, a empresa contabilizou um
expressivo aumento de 40% na produtividade, considerando a produção de peças por hora. O
incremento não parou. No ano passado, mais um novo acréscimo, desta vez de quase 14%, totalizando, nos
últimos dois anos, um crescimentno de 60%.
E é claro que, se houve aumento de produtividade, ocorreu consequentemente um acréscimo no volume de
produção, um recorde: em 2022, no primeiro ano do lean, uma elevação de 25%. E,
igualmente, no ano passado, quase 30% de aumento, totalizando, em dois anos, um aumento de 57% no volume de
produção.
Também impressionou a evolução do lead time que, na SMC Brasil, reúne tempo de
processamento e de espera de peças. No início da jornada, foi projetada uma redução de
49%, meta ousada, disseram os executivos à época. No entanto, com menos de dois anos de jornada,
metade disso já foi conquistada.
Perspectiva do setor de
produção da SMC Brasil: com lean, empresa já obteve, em apenas dois anos, aumentos
significativos de volume produção e produtividade, além de diminuição de
lead time, custos e estoques.
“E é importante ressaltar que esses números superpositivos foram conseguidos sem
qualquer acréscimo de pessoal, máquinas ou novas tecnologias. Isso é muito
significativo e inédito na empresa. Foram frutos de uma mudança ainda inicial, mas já
bastante relevante de gestão, mentalidades e cultura interna”, comemorou Marcello
Brett, Gerente de Produção e Real State da SMC Brasil.
Jornada, passo a passo, com mais de 25 treinamentos...
Tudo começou com a disseminação necessária, entre os colaboradores, de fundamentos do
lean. Por exemplo, a necessidade de revelar e eliminar desperdícios, a capacidade de resolver de problemas,
atacando causas raízes por meio de soluções científicas, a mentalidade de buscar a
agregação de valor em tudo o que se faz...
Empresa investiu fortemente em mais de 25
treinamentos, incluindo as principais essências do lean
Depois, veio a adoção de conceitos e práticas lean basilares: a gestão visual, a
aplicação cotidiana dos 5Ss, o entendimento profundo sobre os sete tipos de
desperdícios... Em seguida, um trabalho prático e aprofundado utilizando o Mapeamento do Fluxo
de Valor (MFV), acompanhado por um uso intensivo do Método A3.
Em paralelo, a empresa começou a estruturar a produção em “células”, baseadas
no just-in-time. Também disseminou o uso do kanban, do PDCA e do Trabalho Padronizado. Iniciou uma
sólida disseminação da “Liderança Lean”. Aliado a isso, começou a
disseminação do Lean Process and Product Development (LPPD).
Tudo isso foi desenvolvido e aplicado num cronograma que já envolveu mais de 25 treinamentos e consequentes
aplicações práticas. Desses, nove foram confiados aos consultores do Lean Institute Brasil
(LIB), que se tornou um parceiro fundamental da empresa nessa jornada, dizem as lideranças da companhia. As
ações apoiadas pelos consultores do LIB se concentraram em aprofundar, na organização,
quatro entre os mais estratégicos conceitos e práticas do sistema lean: o método A3, o MFV, a
Liderança Lean e o LPPD.
Empresa investiu fortemente em mais de 25
treinamentos, incluindo as principais essências do lean
Lean “make to order”
Tudo isso só foi possível devido a uma mudança na equipe de gestão que tornou
possível à empresa abraçar o sistema lean. Tudo começou com a chegada na SMC Brasil do
atual diretor-presidente, José Teixeira, que já tinha experiência e conhecimento conceitual e
prático sobre lean. Ele, então, trouxe para a companhia Marcello Brett, atual Gerente de
Produção e Real State, que foi contratado com o objetivo de iniciar uma reviravolta na gestão
da organização.
“Havia uma necessidade urgente de um aumento significativo de produtividade e de volumes de
produção, além de mudanças de mentalidades nos times. Após minha chegada,
comecei a identificar ‘gaps’ na equipe e necessidades de treinamentos e de coachs com pessoas
chaves da produção. E logo identificamos uma certa resistência à
mudança”, lembra Brett.
Segundo ele, houve, então, a oportunidade e a sorte de trazer para empresa novos colaboradores que sempre
trabalharam com a cultura lean. Com isso, de uma forma muito espontânea e natural, o foco em
redução de desperdícios e melhorias processos começou aos poucos a se tornar algo a cada
dia mais presente.
100% dos produtos da empresa, produzidos
localmente, são “make to order”, o que exige flexibilidade e agilidade, um “prato
cheio” para a gestão lean.
Naquele momento, relembra o Gerente de Produção e Real State, a empresa já sabia que tinha
“dores” profundas, típicas das indústrias com gestão tradicional, que precisavam
ser melhor entendidas e estancadas. Por exemplo, excessos de movimentações desnecessárias, de
materiais e de pessoas, e baixas performances numa série de linhas de produção. E,
principalmente, um baixo engajamento das equipes pela busca cotidiana da melhoria contínua, o que emperravam
um melhor atendimento aos clientes.
Nesse contexto, é importante entender que 100% dos pedidos produzidos na SMC Brasil são classificados
pela sigla MTO, o que significa “Make to Order”. Ou seja, são aqueles pedidos de itens fabricados
sob demanda. Essa produção só se inicia quando as solicitações dos clientes
são enviadas, validadas e confirmadas. Quem atua nesse modelo sabe que ele exige flexibilidade e agilidade,
elementos de gestão que precisavam ser potencializados. Um prato cheio para a adoção lean.
100% dos produtos da empresa, produzidos
localmente, são “make to order”, o que exige flexibilidade e agilidade, um “prato
cheio” para a gestão lean.
“Sendo muito sincero, tínhamos uma ‘cultura de não mudar’, de não
buscar a melhoria contínua e, consequentemente, de não eliminar desperdícios. Tudo isso
afetava muito nosso lead time de produção e atendimentos dos pedidos”,
confessa Brett.
Colaboradores da SMC Brasil fizeram diversas
reuniões gerenciais para entender quais eram os problemas sistêmicos e como os conceitos e
práticas lean poderiam mudar isso definitivamente.
O primeiro passo, então, foi iniciar um processo de identificação, inicial e embrionário,
das “lacunas” que precisavam ser preenchidas. Para isso, durante os primeiros meses da jornada lean, a
empresa estruturou uma reunião gerencial semanal com as lideranças, nas quais os problemas eram
rotineiramente expostos e discutidos.
“Foi um processo inicial difícil, mas muito importante. Montamos, inclusive, um
‘book’ de problemas, de gargalos, de retrabalhos... enfim, de ‘gaps’. E
começamos a relacionar, em cada um deles, quais seriam as ferramentas e/ou conceitos e
práticas lean que deveríamos ter em funcionamento nas operações para sanar essas
dificuldades. Todo esse material informativo foi estruturado em um quadro branco, com tudo exposto para
todos”, relembra Brett.
Colaboradores da SMC Brasil fizeram diversas
reuniões gerenciais para entender quais eram os problemas sistêmicos e como os conceitos e
práticas lean poderiam mudar isso definitivamente.
A gestão visual, elemento fundamental da gestão lean, já começava a dar os primeiros
passos e a entrar na mentalidade das pessoas. A partir desse conjunto de informações bases, foi gerado
um documento “mestre” que detalhava quais eram os gaps que deveriam ser enfrentados. Baseados nisso,
eles formularam um primeiro “A3 estratégico”, para entender, de maneira mais aprofundada e
detalhada, os problemas e as possíveis contramedidas mais científicas e definitivas.;
Colaboradores passaram a fazer MFV, A3 e
Gerenciamento Diário (GD), discutindo, juntos, causas raízes de problemas e possíveis
contramedidas científicas, com base na gestão visual.
A3 ‘mãe’
Com apoio de consultores do Lean Institute Brasil (LIB), isso naturalmente gerou um "A3 mãe", que foi pensado
para funcionar como uma espécie de "guia" da jornada lean. Intitulado "Projeto SSBRO do Sistema SMCBR de
Operação", o A3 partiu do princípio de que era necessário melhorar o planejamento
estratégico, a metodologia e os conceitos e práticas lean para transformar as operações,
no sentido de se aumentar volume de produção, por meio de melhorias nas performances, na
redução de custo e no aumento de "gross margin", um indicador financeiro que mede a rentabilidade da
empresa.
Lean ajudou empresa a “enxergar”
capacidade ociosa na fábrica de São Bernardo, abrindo mais possibilidades de crescimento.
Na elaboração do "estado atual" do A3, a companhia percebeu inicialmente que só ocupava 56% da
capacidade de produção da planta de São Bernardo do Campo (SP). Com isso, conseguiu visualizar,
de maneira mais precisa, pela primeira vez, uma capacidade ociosa de quase metade da unidade, o que já
impressionou a equipe.
Nesse contexto, o propósito criado foi o de desenvolver um padrão de operação lean para
que a companhia conseguisse, de maneira sustentável, aumentar a excelência operacional e o volume de
produção, reduzindo desperdícios, entregando maior valor agregado e qualidade ao cliente com
menor lead time. A empresa analisou esse desafio e concluiu que havia, na equipe, baixo conhecimento sobre os
conceitos e práticas do sistema lean, o que impossibilitava saltos quantitativos e também
qualitativos.
Lean ajudou empresa a “enxergar”
capacidade ociosa na fábrica de São Bernardo, abrindo mais possibilidades de crescimento.
4 pilares: customers, people, flows e process
Por exemplo, havia custos incompatíveis com a demanda de produção. Era evidente a falta de
indicadores mais apropriados e precisos. E não havia um Gerenciamento Diário (GD) ao estilo lean para,
cotidianamente, checar as metas, os resultados, os problemas e as possibilidades de soluções.
Também eram claras as baixas sinergias entre setores de Planejamento e Produção e ainda entre
as áreas Comercial e de Logística de Produção. Com isso, ficou claro que havia amplas
oportunidades para aumentar produtividade e utilizar uma enorme capacidade até então ociosa. Foram,
então, estabelecidas uma série de contramedidas para se atingir um “estado futuro” lean.
Por exemplo, treinamentos de conceitos e prática lean fundamentais para os times, que pudessem provocar um
nivelamento de conhecimento e de informações entre todos, visando gerar, inclusive, maior engajamento
e “senso de pertencimento” nas pessoas.
Esse “A3 mãe” fez nascer o “Sistema SMC Brasil de Operações”, resumido
pela sigla SSBRO, que é como foi batizada, internamente, a jornada de gestão lean da empresa. Foram
definidos quatro pilares para esse programa: "Customers", ou seja, o foco total nos clientes. "People", o que
significa desenvolver as pessoas com base na mentalidade lean. "Flows", que é a busca pela excelência
do fluxo de produção como um todo. E "Process", que tem como base "culpar os processos", mas jamais as
pessoas.
"Registramos e temos divulgado intensamente, entre todos os colaboradores, que esse é agora o
nosso sistema de gestão. E que ele exige um grupo de padrões, práticas e ferramentas
relacionadas ao lean, adaptadas à SMC Brasil. Em outras palavras, é o jeito SMC Brasil de
trabalhar. É a criação da nossa cultura lean na companhia", resumiu
Brett.
Daniel Felipe de Oliveira, consultor e Head para Supply Chain e Logística do Lean Institute Brasil (LIB),
explica que, nessa fase, também houve o início da construção de uma série de A3
individuais por toda a equipe de Engenharia Industrial e de Engenharia de Produto. Orientados pelos consultores do
LIB, eles abriram A3s específicos para tratar de problemas pontuais do dia a dia.
Deu certo. A cultura do A3 pegou e tem “viralizado” na empresa. Tanto que o Gerente de
Produção e Real State da companhia contabiliza que, hoje, há um grupo de 13 documentos A3
“rodando” pela organização. Segundo o executivo, alguns já com resultados parciais;
outros, em fase de desenvolvimento, mas todos muito promissores.
“O mais importante é que a gente tem conseguido ‘contaminar’ as pessoas com o
‘vírus do A3’. Ou seja, tivemos êxito em fazer os colaboradores escreverem A3s, no
sentido de entenderem o processo lean de analisar e atacar os problemas”, ressaltou
Brett.
Mapear é preciso
Além desse "A3 mãe", os consultores do LIB apoiaram também a elaboração de um
amplo Mapeamento de Fluxo de Valor (MFV), uma das bases de uma jornada lean. Foi uma consequência natural. Ao
iniciar a implementação lean, um dos pontos importantes que mais chamou a atenção da
empresa foi a falta de mapeamento dos processos. Principalmente nos que lidavam com orçamentos para projetos
especiais. Consequentemente, isso era algo que, de diversas maneiras, afetava diretamente os clientes.
Segundo o Gerente de Produção e
Real State, logo após a aplicação do MFV, em apenas dois dias, a redução de
lead time foi inimaginável: de um “estado atual” com 83,9 dias para um “estado
futuro” de 56 dias.
Segundo o Gerente de Produção e
Real State, logo após a aplicação do MFV, em apenas dois dias, a redução
de lead time foi inimaginável: de um “estado atual” com 83,9 dias para um “estado
futuro” de 56 dias.
"Tínhamos muitas reclamações por parte do time comercial, principalmente pelo atraso
no envio de orçamentos e entrega dos projetos finalizados, fase essa que envolve muitos fornecedores
e exige diversos processos internos”, lembra Brett.
Então, de forma célere, a companhia organizou treinamentos e a aplicação do MFV. A ideia
inicial foi mapear, passo a passo, toda a cadeia produtiva, para entender de maneira detalhada e aprofundada os
gargalos, as oportunidades de ganhos e consequentemente melhorias do lead time. O Gerente de Produção
e Real State conta que, conversando com a equipe, não foi difícil perceber que muitos não eram
familiarizados com o MFV, principalmente no aspecto de como aplicar o conceito e buscar por melhorias tais como:
- Compreensão profunda dos processos;
- Possibilidade para ver redução de desperdícios;
- Oportunidade de melhorias da qualidade;
- Geração de aumento da flexibilidade;
- Alinhamento com os objetivos estratégicos;
- E, finalmente, excelência operacional.
"Conversamos bastante e decidimos aplicar o treinamento de MFV para toda a equipe de
operações. E essa foi uma das decisões mais acertadas que tomamos. Durante o
treinamento, foi visível a surpresa das pessoas ao descobrirem essa prática lean. E à
medida que iam aprendendo e desenhando o ‘estado atual’, no papel pardo e com post its,
podíamos ver as ideias surgindo. E os comentários sobre como demoramos tanto tempo para
perceber alguns pontos que eram de grande impacto para o nosso processo", ressaltou
Brett.
Segundo o Gerente de Produção e Real State, o trabalho despertou uma enorme curiosidade, empenho e
vontade no time em iniciar, o mais rápido possível, a elaboração do "estado
futuro". "Muitos colaboradores já tinham ideias, soluções e queriam
contribuir para que tivéssemos um processo mais simplificado e rápido. Todos sabiam o desejo
de nossos clientes. E, é claro, perceberam as oportunidades de ganhos que teríamos
", destacou Brett.
Segundo ele, surpreendente mesmo foi o resultado inicial, logo após a aplicação do MFV. Em
alguns dias, a redução de lead time foi inimaginável: de um “estado atual” com 83,9
dias para um “estado futuro” de 56 dias. "Isso ‘apenas' com a aplicação
do MFV. E, além disso e talvez o que é mais importante, tínhamos agora um time que
entendia a importância desse conceito e prática lean. E muito disposto a aplicar as
mudanças enxergadas", resumiu Brett.
Para ele, já ao final do treinamento, foi surpreendente perceber a rápida mudança de mentalidade
que já se mostra 'contaminada' por uma nova cultura, uma forma diferente de pensar e planejar.
“E era a cultura lean da SMC Brasil que estava nascendo", lembra o Gerente de
Produção e Real State.
Daniel Felipe de Oliveira, Head para Supply Chain e Logística do Lean Institute Brasil (LIB), explica que essa
fase resultou em dois mapas de fluxo de valor para duas famílias de produto. Isso permitiu construir um
diagnóstico sólida e feito colaborativamente de um “estado atual”, uma proposta de
“estado futuro” e um plano consistente de ação, de implementação, que
está ainda em andamento, assim como a execução de uma série de A3s.
Liderança Lean
Com os treinamentos e a aplicação dos conceitos e práticas lean, como os A3s e o MFV, a empresa
iniciou um processo mais profundo de planejamento estratégico, visando atingir um patamar diferenciado.
“É claro que queríamos ser mais competitivos, superar a expectativa de nossos
clientes e fornecer ao mercado de pneumática no Brasil uma forma diferente e muito mais ágil
de produzir itens especiais”, resumiu Brett.
Nesse contexto, foi logo identificada, fruto do A3 e do MFV, uma necessidade bem específica de melhorar as
mentalidades e comportamentos do time de liderança da companhia. “Tínhamos e temos
pessoas tecnicamente excepcionais, mas que ainda precisavam se desenvolver no modelo lean de pensar e agir,
até para que pudessem disseminar de maneira eficiente os conceitos e práticas lean por toda a
empresa”, explicou Brett.
Então, consultores do LIB iniciaram um trabalho de disseminação da “Liderança
Lean”. A ação foi capitaneada por Luciana Gomes, Head para Bancos e Varejo do LIB, com apoio de
Flávio Picchi, Senior Advisor, e Mário Ferrari, Senior Lean Coach, que atuaram em temas
específicos desse tema.
Nas imagens, Picchi e Ferrari, consultores do
LIB com décadas de experiência em liderança lean, lapidam esse conceito e prática
junto ao time de líderes da SMC Brasil
Luciana conta que a equipe LIB apoiou os colaboradores da SMC na estruturação de “Planos de
Desenvolvimento Individuais em A3”. A partir daí, Ferrari e Picchi detalharam suas experiências
em liderança, incluindo como um líder precisa agir na elaboração do A3, qual deve ser a
prática do líder na ida ao gemba e as atitudes de um “engenheiro chefe”.
A ação impactou os colaboradores: "Percebi que liderar é saber ouvir as pessoas.
Então, passei a tentar aprimorar minha comunicação com eles de uma forma mais simples e
objetiva. Para gerar decisões estratégicas que melhorem a eficiência da
equipe", reconheceu Ramon Nascimento, líder de Usinagem.
Já Luiz Alberto, líder de Painéis, disse que a imersão na “Liderança
Lean” o fez enxergar de maneira mais clara pontos que ele já sabia que precisava evoluir como
líder e até em lacunas que ele desconhecia. "Por exemplo, não subestimar a
capacidade dos liderados, não ter medo de que algo possa sair errado, pois isso faz parte do
processo, escutar mais do que falar, deixar o orgulho de lado... Porque sempre tem alguém que pode
lhe ensinar algo novo", ressaltou.
Também Everton Jones, líder de Montagem, comemorou: "Essa ação de
liderança lean foi fundamental para agregar ainda mais valor ao meu conhecimento e me preparar para
os novos objetivos e resultados, junto com a minha excelente equipe de montagem."
Entusiasmado, o Gerente de Produção e Real State da empresa qualificou essa ação como um
“divisor de águas” na SMC Brasil. “Porque atingimos tanto colaboradores em
posição de liderança como outros que ainda não exercem isso, mas que,
acreditamos, podem ser futuros líderes; são lideranças em potencial e que precisamos
que comecem a se desenvolver já, mas do jeito lean”, enfatizou Brett.
Segundo ele, foi gratificante presenciar as mudanças de mentalidades de alguns durante os treinamentos ou
alguns dias depois. “Claramente começamos a observar o esforço para mudar o mindset
e para disseminar o lean pela empresa”, disse Brett.
Nessa ação, Picchi, consultor e senior Advisor do LIB, trabalhou com colaboradores as essências
da “Liderança Lean”. Ele conta que nessa fase foi muito interessante um exercício
realizado no gemba da empresa, trabalhando a ideia de que um líder lean precisa, antes de tudo, desenvolver
solucionadoras de problemas.
"Mostramos, na prática, que uma liderança lean precisa 'ver com os próprios olhos'.
Incentivar a revelação de problemas e a busca de soluções, sempre de maneira
colaborativa. Escutar, ensinar, apoiar, aprender e desafiar os liderados, mas com foco em desenvolver
pessoas", resumiu Picchi.
Para Mário Ferrari, senior Lean Coach do LIB que também apoiou essa imersão de liderança
na empresa, foi essencial internalizar nas equipes da SMC Brasil a importância da liderança com foco no
Lean Transformation Framework (LTF).
Segundo Flávio Battaglia, presidente do Lean Institute Brasil (LIB), o LTF é, hoje, o principal modelo
de implementação da gestão lean numa organização. Ele sugere cinco
dimensões fundamentais, que precisam ser consideradas sempre, para que as melhorias sejam mantidas
estáveis ao longo do tempo e evoluam: propósito, processo, pessoas, sistema de gestão e
liderança, além do pensamento básico.
Legenda da foto: Equipe multidisciplinar de
colaboradores da SMC Brasil recebe certificado de um dos treinamentos sobre lean: do aprofundamento conceitual
à aplicação prática, sempre com resultados.
Legenda da foto: Equipe multidisciplinar de
colaboradores da SMC Brasil recebe certificado de um dos treinamentos sobre lean: do aprofundamento
conceitual à aplicação prática, sempre com resultados.
“Ou seja, é necessário agir, nas ações de liderança, com base no
LTF, resolvendo problemas situacionais, usando as ferramentas lean e envolvendo as pessoas nesse processo.
É isso que pode consolidar um modelo de gestão lean de maneira mais assertiva em qualquer
organização”, ressaltou também Mário Ferrari.
Para o Gerente de Produção e Real State da SMC Brasil, a ação para evoluir a
liderança da empresa feita pelos consultores do LIB foi muito agregadora. Passados alguns meses, ele diz
já ver um time diferente no cotidiano da companhia: mais maduro, preocupado com os problemas dos liderados e
com suas ações de resolução. Uma equipe de líderes que consegue se colocar no
lugar das pessoas e que avalia situações com calma; que separa os indivíduos dos processos e
que usa um raciocínio mais lógico para revelar, discutir e resolver os desvios.
“Contaminação” lean
Todo esse conjunto poderoso – a disseminação de conceitos básicos do lean, o entendimento
e utilização prática de práticas poderosas, como “A3 mãe”, um
detalhado MFV e treinamentos robustos da “Liderança Lean... – estão
“contaminando” cada vez mais a gestão lean pela SMC Brasil.
Tanto é verdade que, mesmo em pouco tempo de jornada, cerca de dois anos, tudo isso já é
utilizado, hoje, de maneira ampla em seis setores da companhia: Usinagem e Montagem de Produtos Pneumáticos,
Planejamento de Produção de Materiais, Engenharia de Processos, Engenharia de Projetos, Qualidade e
Manutenção Industrial e Predial.
O Gerente de Produção e Real State da SMC Brasil destaca que as áreas de Usinagem e Montagem de
produtos pneumáticos, assim como as de Planejamento de Produção e Materiais, são as mais
desenvolvidas na jornada lean. “São setores que facilmente você encontra os conceitos
lean e muitas ferramentas que aplicamos sendo usadas na prática. Não por acaso, são
nelas também que temos o maior retorno de produtividade; é nítido o aumento de
performance, a mudança de mentalidades e a forma lean em que a liderança encara as
dificuldades e orienta os times.”
Unindo Brasil e Japão com LPPD
João Paulo Moreira, gerente de Transformação Digital Lean do LIB, que também apoio a
jornada na empresa, orientou equipes da companhia no entendimento e desenvolvimento do Lean Process and Product
Development (LPPD), nome dado ao desenvolvimento de produtos e processos sob a ótica do sistema lean.
Moreira explica que a SMC Brasil tem uma característica diferente e desafiante com relação a
isso. Segundo o consultor, uma parte do desenvolvimento de produtos é importada da matriz japonesa. E outra
é desenvolvida aqui nas terras brasileiras. Nesse contexto, o objetivo foi disseminar o entendimento e a
prática do LPPD no sentido de tornar ambos os processos o mais lean possível.
Parte da equipe SMC Brasil em frente à
sala obeya da empresa: local de discussões aprofundadas e científicas sobre problemas, causas
raízes e contramedidas.
“Trabalhamos tanto com o time que desenvolve as soluções aqui no Brasil quanto com a
equipe que ‘importa’ parte disso. Para que todos tenham foco total no cliente, buscando entender
as causas raízes dos problemas e as soluções definitivas”, resumiu
Moreira.
Segundo ele, o foco do trabalho com o LPPD foi, em primeiro lugar, reunir um time multidisciplinar para trabalharem
juntos, unindo, pela primeira vez de maneira lean, as equipes de Engenharia, de Desenvolvimento de Produtos, de
Compras e de Manufatura.
Então, todos começaram a trabalhar juntos para entender como utilizar o design thinking e o lean
inception, no sentido de desenvolver produtos e processos sem desperdícios, com foco numa cadência
suave, sem "gargalos" ou retrabalhos, de acordo com o fluxo puxado. Em paralelo, passaram a estruturar e a utilizar
cotidianamente uma sala obeya, com foco em desenvolvimento de projetos.
Parte da equipe SMC Brasil em frente à
sala obeya da empresa: local de discussões aprofundadas e científicas sobre problemas, causas
raízes e contramedidas.
Transformação cultural
Para o Gerente de Produção e Real State da SMC Brasil, uma das principais transformações
de toda essa jornada até aqui foi a cultural. Segundo ele, as pessoas passaram a “enxergar” a
empresa de maneira diferente. “Estamos disseminando cada vez mais uma nova mentalidade que
não existia, pelo menos da maneira como é agora: de enxergar os desperdícios e buscar
oportunidades de melhorias”, ressaltou Brett.
Segundo ele, o lean agregou conhecimento e uma forma diferente de ver situações que antes eram vistas
como normais ou que não tinham alternativas. Essa quebra de paradigma foi um divisor de águas, para
que intensificar um amadurecimento das equipes e para o desenvolvimento individual.
Para o Gerente de Produção e Real State todo esse processo de jornada lean, embora ainda inicial, com
apenas dois anos, já conseguiu posicionar e consolidar a SMC Brasil como a líder de vendas no mercado
pneumático brasileiro. “Os ganhos e benefícios que trouxemos aos nossos clientes,
com redução de despesas, diminuição de lead time, flexibilidade no processo
produtivo e uma cultura que criou um time e uma unidade focada em resultados, foram essenciais nesse
processo”, disse Brett.
Segundo ele, após esse primeiro movimento que já tornou ativo o sistema lean nos setores ligados
diretamente à produção, a empresa já começa um movimento de
contaminação lean também para as áreas administrativas, iniciando os preparativos para
dar o próximo passo em direção ao lean office. Para Brett, uma empresa que não tem foco
na implementação lean está perdendo preciosas chances de garantir, mais do que a
sobrevivência, o sucesso em mercados cada vez mais competitivos.
Entrevista pingue-pongue:
‘Nossa jornada lean está fortalecendo a SMC Brasil aqui e também no mundo’,
explica diretor-presidente da empresa
José Teixeira Brandão Neto, Diretor-Presidente da SMC Brasil, detalha na entrevista a seguir porque
tem se mostrado altamente estratégica a jornada lean da empresa no país que, em cerca de dois
anos, gerou mais de 57% de aumento de produção, mais de 60% de incremento de produtividade,
além de diversos outros resultados, como redução de custos, otimização de
logística e transformação das mentalidades e da cultura de líderes e liderados.
Lean Institute Brasil (LIB) - Qual é a importância estratégica do
sistema lean, hoje, na SMC Brasil?
José Teixeira Brandão Neto, Diretor-Presidente da SMC Brasil – Ele é
extremamente importante. Principalmente na parte da produção. A SMC tem um plano mundial chamado
Business Continuity Plan (BCP), no qual “abrimos” nossa produção para vários locais
do mundo. Para que nossos clientes, em todo globo, tenham segurança de, se uma unidade SMC de alguma parte do
mundo, por uma catástrofe ou algo parecido, não der andamento a um fornecimento, outra filial
dará conta imediatamente. Isso já vem acontecendo. E a nossa unidade do Brasil é um ponto
importante nesse plano. Hoje, o Brasil é um país estratégico na produção mundial
da SMC. E o sistema lean está totalmente ligado a isso, para suportar uma estratégia de crescimento
sustentável da produção não só no Brasil, mas, se necessário,
também no mundo, fruto da redução de custo, incremento de produtividade, qualidade e
competitividade.
LIB – Nesse contexto, quais resultados já obtidos com lean você
destacaria na SMC Brasil?
JTBN – Tivemos um aumento absurdamente alto de volume de produção já no
primeiro ano de jornada, em 2022, e um novo aumento também expressivo em 2023. Estamos falando de um
incremento acumulado de mais de 57%. E sabemos que vamos crescer agora também em 2024. E quando falamos em
produtividade, esse crescimento acumulado, de 2022 e 2023, já passou de 60%. E continuamos crescendo. E para
isso não tivemos de fazer nenhuma contratação, nem investimento em equipamentos ou tecnologia.
Isso demonstra o quanto o sistema trouxe de benefício. Além disso, estamos tendo uma forte
redução de custo, de 15%, somente neste ano. Outro resultado extremamente estratégico foi a
redução do prazo de entrega. Hoje, há produtos que conseguimos produzir em até seis
horas. O cliente faz o pedido, e a peça é produzida e entregue no mesmo dia. Antes, dependendo do tipo
de peça, poderia demorar até seis dias. Então, o nível de produtividade alterou da
água para o vinho. Essa otimização do prazo de entrega nos trouxe enorme vantagem competitiva.
Porque muitas vezes o cliente está lá com problema de manutenção e ele precisa da
peça com urgência, não pode esperar. E temos produzido com agilidade e flexibilidade, no sentido
de fazer adaptações, alterações que o cliente por vezes demanda. Eu diria que o sistema
lean foi muito além do que a gente estava esperando em curto prazo.
LIB - Que setores da SMC Brasil vêm se sobressaindo nesse processo?
JTBN – Com certeza, a produção. Porque nós crescemos demais em vendas
nesses recentes quatro anos, um crescimento muito significativo. Hoje, somos líderes mundiais e no Brasil.
Isso é um motivo de orgulho. E o sistema lean está nos ajudando e muito a suportar esse crescimento.
Também em nossa logística. Ela passou de 4 mil metros quadrados para mais de 8 mil de área, em
um ano e meio. Isso porque o nosso crescimento está sendo de dois dígitos a cada ano. E o
coração disso tem sido a produção; e o pulmão, a logística. Para
você ter ideia, nosso nível de assertividade em “colocar produto na caixa” é de
99,6%.
LIB - Como você tem percebido as reações dos colaboradores a essa
transformação?
JTBN – O mais interessante disso é ver, nos olhos do pessoal, o orgulho de fazer parte
disso. É um diferencial, gera motivação enorme. Sabemos que o turnover das indústrias
é grande. E o nosso, hoje, é baixo. Porque o lean engajou o pessoal. O colaborador se sente parte do
projeto, e aí ele muda completamente. Há um envolvimento muito forte. Esse é um dos fatores do
sucesso, por termos implementado tão rapidamente e com resultados tão fortes.
LIB - Você tem percebido mudanças profundas nas lideranças da SMC
Brasil?
JTBN – Nossas lideranças se engajaram muito no projeto. Acho que essa cultura
está sendo enraizada. São apenas dois anos de implementação. É um tempo curto. No
entanto, nossas lideranças estão ouvindo mais os liderados. Porque saber ouvir é muito
importante. E outro ponto que temos percebido em nossas lideranças é como melhoraram no processo de
resolução de problemas, de maneira mais ágil. Isso é extremamente importante.
Além disso, outra coisa que percebi é o desdobramento da estratégia, por parte dos
líderes, para suas equipes. E como isso precisa ser feito com base no respeito, na confiança, e
não em apenas dar ordens. Porque quando o líder simplesmente impõe, as pessoas vão
seguir pelo medo. Esse não é líder, esse é chefe. E creio que temos mudado isso
também. Há cerca de três anos não era assim. Então, a gente evoluiu bastante. As
pessoas estão compartilhando e discutindo mais os problemas de maneira conjunta. E não enxergam as
críticas como destrutivas, mas como construtivas.
LIB - Quais foram as “dores” que motivaram a empresa a adotar o sistema
lean?
JTBN – Tudo começou, ainda no início da pandemia, quando assumi a
direção da SMC Brasil, que é uma empresa de origem japonesa. Em termos mundiais, ela é
muito forte financeiramente. Não há nenhuma indústria do tipo que está em nossa frente.
E nós tínhamos e temos ainda alguns objetivos estratégicos muito importantes na SMC Brasil.
Somos uma das subsidiárias estratégicas da SMC mundial. Estamos hoje no “top 30” das 84
operações da SMC no mundo. E nós tínhamos problemas que eu percebi logo que entrei na
área de produção. Primeiro que precisávamos ter um crescimento de produção
local. Tínhamos problemas de custos. Também desafios de produtividade. Então, decidimos fazer
um investimento grande em lean, com treinamentos para toda a equipe. Temos uma vantagem porque o nosso parque fabril
é similar ao do Japão. Temos máquinas de primeira linha que suprem um crescimento muito maior
do que a gente necessita. Temos toda infraestrutura necessária. E não era necessário um
trabalho de infraestrutura, mas, sim, um trabalho de evolução do capital humano, do conhecimento, de
adoção de novas metodologias. Então, decidimos por fazer esse investimento em lean.
Legenda da foto: para diretor-presidente, lean foi necessário para empresa ir “além da
tecnologia”, melhorando, com relação à gestão, capital humano e conhecimento
sobre lean
LIB - Como foi o seu primeiro contato com o sistema lean?
JTBN
– Eu atuava numa multinacional alemã e por convite de um headhunter resolvi sair da
empresa anterior e assumir a liderança da SMC Brasil. E naquela multinacional alemã eu já tinha
tido um contato inicial com o sistema lean, participei de treinamentos... Então, quando eu cheguei na SMC, eu
já tinha na mente, de maneira clara, que o lean é inevitável. E foi uma quebra de paradigma
porque o investimento não é baixo. Só que ele é um investimento extremamente
estratégico. Eu não tenho preocupação quanto ao foco na inovação.
Já é algo muito forte na SMC. Investimos 8% do faturamento em inovação, muito acima do
que o mercado concorrente investe, que é cerca de 2% a 2,5%. Somos benchmark mundial em
inovação. Tanto que lançamos hoje 10 produtos novos por mês, cerca de 120 por ano. Por
isso, ouvimos muito o cliente. Então, minha preocupação não era tanto com nossos
produtos, pois além dele ser “top” em qualidade, ele é “top” em
inovação. No entanto, eu foquei mesmo na gestão, que é algo extremamente
estratégico e que precisávamos melhorar. E eu estou muito feliz porque estamos conseguindo transformar
a gestão em todos os níveis.