Você deve saber que eu acabei de completar o livro Gerenciando para o Aprendizado: Usando o Processo de Gerenciamento A3 para resolver problemas, promover alinhamento, orientar e liderar. Este espaço é em algum grau, o resultado do amontoado de sobras de idéias que ficaram em minha mesa depois de finaliza-lo. Eu não tentarei resumir o livro aqui (você pode achar o resumo aqui), mas você pode achar o contexto dessa criação interessante.
O LEI queria publicar um livro sobre o A3 por diversos anos antes de finalmente criarmos o Gerenciando para Aprender. Meu dilema durante esse tempo foi que enquanto eu estava honrado em ser perguntado e pude ver o valor do A3 como processo, eu também vi um grande problema em um livro sobre esse tema. O desafio não está em como escrever um A3, mas como usa-lo como um processo gerencial. Se o A3 for apresentado com uma ferramenta restrita, os aspectos mais profundos e abrangentes do processo serão perdidos. Eu realmente ainda não queria apenas introduzir uma ferramenta restrita. Faz tempo que minha visão de que usar ferramentas como um objetivo em si (onde tudo é um martelo procurando por um prego) é um dos piores problemas no “mundo Lean”.
Então, trabalhando com a equipe editorial do LEI, nós rapidamente exploramos a idéia de se contar a história de como um individuo prepara e usa uma proposta A3. Mas, mesmo quando bem executada, somente isso não necessariamente resolveria meu problema. Eu precisei contar a história de ambos os lados, pois são necessários ao menos dois para exercer plenamente o A3. Inicialmente eu sugeri na verdade serem feitos dois livros, com cada um contando a mesma história (da mesma melhoria) de duas perspectivas, do mentor e do “mentorado”.
Agora, o LEI possui uma mente aberta, disposto a experimentar e ocasionalmente até aventurar-se, mas a idéia foi julgada como um pouco radical demais, ou talvez apenas estúpida. Após alguma discussão e até uma rápida prototipagem, acabamos em uma idéia igualmente radical, mas mais prática (e mais inteligente) de se contar a história através de duas perspectivas em acontecendo em colunas paralelas. Avise-me se já viu, mas eu nunca vi um livro estruturado dessa maneira.
Desde a primeira versão, alguns leitores expressaram suas dificuldades com o formato duplo. Os leitores têm a escolha de como ler o livro – ler a primeiro a coluna da esquerda, depois voltar e ler a da direita? Ler as duas mais ou menos ao mesmo tempo? Isso me lembra de uma conversa da vida real no gemba, onde duas pessoas estão conversando com você ao mesmo tempo: “Me ouça primeiro!” “Não, ouça a mim!” Eu me convenci de que um livro com uma estrutura de duas colunas, lado a lado, era a maneira mais efetiva de dinamicamente mostrar a dupla ou multifacetada maneira de se pensar, incorporada pelo processo A3. É preciso gerar aprendizado de ambos os lados, do mentor e do “mentorado”. É preciso endereçar simultaneamente um problema enquanto se expõem novos. Minha própria experiência, há muitos anos atrás, revelou para mim as muitas dinâmicas para se usar o pensamento A3.